quarta-feira, 2 de maio de 2012

Um conto de duas cidades

"Era o melhor dos filmes, era o pior dos filmes; era a idade da razão, era a idade da estupidez; era a primavera da esperança, era o inverno do desespero; tínhamos tudo a nossa frente, não tínhamos nada a nossa frente."
- Charles Dickens sobre Os Vingadores.



Quase inevitável falar de Vingadores e citar o Batman de Cristopher Nolan. E o filme vai parecer tão bom quanto possível caso você odeie o Batman de Cristopher Nolan, mas vai parecer detestável caso você adore o Batman de Cristopher Nolan.

A Nova York alucinada da Marvel Comics, que funciona como uma filial de Tókio sendo invadida por mais de uma horda de perigos extradimensionais por semana, é entretenimento cretino sem muito medo de parecer assim. Você sabe o que procura ali, e é exatamente  o que você encontra.

Já na Gotham City do Cristopher Nolan - ou do Frank Miller, ou do Grant Morrison, ou do Dennis O'Neil, você vai conhecer o que o Caronte da ocasião achar melhor. Quase sempre com muito texto, subtexto e hiperlink, pois estamos falando de arte (ainda que seja a nona arte). O resultado costuma ser cretino, mas com muito medo que alguém perceba.

A Marvel é o pagode dos super-heróis. O pastiche sobre-humano das complicações da vida humana.

E, assim sendo, é como se o filme dos Vingadores fosse o show de despedida do Exaltasamba. Épico, inesquecível, muito divertido - e vai garantir pelo menos umas 10 continuações antes de acabar de verdade.

Só tenho a parabenizar todos os envolvidos.

6 comentários:

  1. Olha, gostei de como desenvolveu a ideia, mesmo não concordando. Acho perfeitamente possível adorar tanto filmes de heróis sombrios como os coloridos Vingadores. Há espaço pros 2 tipos de entretenimento. Minha visão sobre o filme da Casa das Ideias: http://espinafrando.com/2012/05/dica-duca-os-vingadores/

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  2. O Filme dos Vingadores e o Tamanho do Seu Pênis http://bit.ly/KgdKS5

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  3. Eu acho que tem gente que quer ser desafiada ao ver um filme, busca estímulos específicos, e quando não os encontra, individualiza ao extremo esta percepção quando faz a analise. É quase como quem diz só preferir mulheres loiras, ou com seios vastos, ou que tenham bunda x, y ou z, ou como uma mulher que só tem olhos para o príncipe encantado e não vê as qualidades dos que a cercam bem abaixo de seu nariz.

    Não vejo nada de errado em relação a ter um gosto próprio e especifico, mas sinto que falta um pouco de flexibilidade, quando todas as outras possibilidades são consideradas inferiores, este "critério" suja qualquer critica, pois a pessoa está se restringindo e não percebe.

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  4. Aí eu concluo, a pessoa não entendeu a proposta do filme, que tem sim que ser levada em conta, dentro do que se propõe, os Vingadores cumprem bem seu papel, e por isso é um filme bem sucedido dentro da abordagem escolhida.

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  5. Eu ia escrever uma resenha sobre a obra mas depois da sua não há mais nada a ser dito. Excelente trabalho e espero continuações

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  6. Um ponto que parece principal é saber se o filme já começa com o Batman aposentado. Já sabemos – o próprio Nolan nos avisou – que Ressurge inicia oito anos após o fim do anterior. Mas então: Batman desapareceu logo após o fim do último filme? Ou agiu um pouco mais e desapareceu quando a criminalidade baixou (como dá a entender o segundo trailer, que fala de “tempos de paz”)? Ou o Batman ainda estará na ativa quando o filme começa, mas “em fim de carreira” e se aposenta?

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