domingo, 18 de dezembro de 2011

Especial de fim de ano - Belo

Caso este fosse um país justo, o cantor Belo já teria há alguns anos um especial de fim de ano na nossa maior rede de televisão. Ou, pelo menos, em alguma rede de televisão.

Afinal, é o maior intérprete romântico em atividade, com uma carreira longeva e consistente - não saiu do topo das paradas de sucesso nem quando amargou um tempo em cana.

Mas este é mais um momento em que a internet se aproveita dos moles dados pelos grandes conglomerados da mídia. Senhoras e senhores, tenho a satisfação de anunciar o Especial de fim de ano do Belo, com transmissão exclusiva pelo Vai trabalhar, vagabundo.



Não dá pra dizer que o fã de pagode não tem memória. Belo está lançando um DVD para celebrar os 10 anos do lançamento de seu primeiro trabalho solo, o maravilhoso Desafio. O problema é que já se vão quase 12 anos desde o lançamento do mesmo, mas tudo bem, melhor ter boa memória do que ser bom em matemática.

Quem realmente está prestes a celebrar 10 anos de existência é este distinto weblog. Em fevereiro, pra ser mais exato. E daremos o pontapé inicial nessa comemoração gostosa repassando, música a música, o primeiro (e até hoje melhor) trabalho solo de Marcelo Pires Vieira, o inconfundível Belo.

Vamos, então, navegar juntos pelas 16 faixas desse clássico do cancioneiro popular.

#01 - Procura-se um amor

http://www.youtube.com/watch?v=TJt886rGd4I

Poesia pura. Meu trecho preferido é quando Belo revela procurar um amor "que saiba esculpir o meu modo de amar". É sobre um homem desenganado que resolveu escrever uma carta de intenções para futuras pretendentes. Essa letra foi uma das últimas a bombar nos épicos /quit cheios de indiretas do mIRC.

#02 - Desafio

http://www.youtube.com/watch?v=sw2EkYerW3g

Não foi por acaso que Belo escolheu esse petardo erótico de Delcio Luiz para sua estreia como artista solo. É a história de um cara que quer fazer as pazes com a mulher, sendo que eles estão provavelmente pelados o tempo inteiro. Trechos destacados: "Senta aqui no meu colo / dessa vez eu imploro" e "Sou um bicho no cio / tão carente na cama". Fundamental conhecer.

#03 - Eternamente

http://www.youtube.com/watch?v=v196wlmSm3Q

Carrega sérias influências das festinhas americanas que varreram a juventude brasileira no final dos anos 80 e começo dos 90. E isso explica essa belíssima música que cairia muito bem no repertório de Bon Jovi da lavoura de Bed of Roses, ou Aerosmith de Crying. É um bom jumping point para não iniciados.

#04 - Tua boca

http://www.youtube.com/watch?v=Ngf0LVYbLdc

"Mel... tua boca tem um mel..." Um dos sucessos que inauguraram o século 21 tem o privilégio de estar nesse disco. Canção de amor arrasa-quarteirão, serviu como trilha sonora para uma das açucaradas novelas das seis que Walcyr Carrasco fazia tão bem na época. O casal Catarina e Petruchio caiu no gosto popular junto com essa inesquecível toada.

#05 - Ser feliz de novo

http://www.youtube.com/watch?v=G9admgzgRVE

Ainda sucesso nos melhores pagodes do Brasil, essa é a primeira música com um mood mais positivo no disco. Não só a letra é prafrentex (eu sofri demais / mas aprendi; de nós dois / você foi quem perdeu), mas também a levada é suingada como nos melhores momentos de Bebeto e Gerson King Combo.

#06 - Voar com você

http://www.youtube.com/watch?v=D0g7R8gjWPg

Se a Disney contratasse brasileiros para fazer a trilha sonora original de seus desenhos animados, Voar com você estaria no topo da lista. Belo se coloca no papel clássico de uma Princesa Disney, sonhando flanar pelos céus de um reino distante com o amor de sua vida. É uma cativante visão.

#07 - Aeroporto

http://www.youtube.com/watch?v=kRMByD7vMks

Está tudo conectado. Depois de uma música mais "viajandona", Belo traz o ouvinte de volta para a vida real. Os encontros e desencontros de um casal no aeroporto são contados com charme e elegância nessa canção. E mostra que cada faixa do disco foi milimetricamente pensada para contar uma história maior, sobre sonhos e realizações amorosas.

#08 - Sempre te amar

http://www.youtube.com/watch?v=bzSnncNbycw

Falando em sonhos, aqui temos a idealização romântica do amor eterno. Mais uma vez, a temática aérea entra em cena (e o meu coração vai voar na emoção / se você disser sim).

#09 - Um dia, um adeus

http://www.youtube.com/watch?v=wBH5ERguFlU

Uma das mais belas músicas do cartel do Belo, até hoje difícil de superar. Um conto nostálgico sobre a partida de um grande amor, com o protagonista percebendo o quanto errou e procurando identificar quais seriam as maneiras de fazer um novo começo. Uma epopeia sobre amor, dor e morte.

#10 - Nuvem

http://www.youtube.com/watch?v=T02t8t4V2Rw

Outro dos raros momentos mais animados do disco. Um pagode alto astral em que Belo narra a conversa que teve com uma nuvem. Ela avisava que ia chover gotas de saudade. Ao passo que ele conclui "imagine você / eu conversando com a nuvem / é loucura". E a história segue por mais algumas estrofes, sempre na completa ausência de sentido.

#11 - Acasalamento

http://www.youtube.com/watch?v=XNIwpbIP_Ko

Tenho uma teoria sobre essa música. Ela é sobre a TPM da namorada do Belo: 'e do meu amor desconfia / quando a sábia natureza / traz pro seu corpo aqueles dias'. E por aí vai. É uma das minhas músicas preferidas.

#12 - Quem é você

http://www.youtube.com/watch?v=xC1Q6vKQ7qY

A melhor introdução instrumental de toda a história do pagode. Que não tem muito a ver com o resto da música, mas dá um clima legal. É a música mais criativa do disco, com andamentos esquisitos, violinos e castanholas. Quer dizer, acho que ouvi umas castanholas. Recomendo demais.

#13 - Não deu em nada

http://www.youtube.com/watch?v=OL9YZV9hjyo

Essa aqui é uma pepita. Impensável ver o romântico Belo entoando essa letra niilista e apocaliptica: 'nosso amor não deu em nada / deixa pra lá / quero esquecer você'. Mas sem raiva nenhuma, sem constrangimento. Vida que segue, com barulhinhos legais de teclado e tudo.

#14 - Meu recado

http://www.youtube.com/watch?v=ebNZMaeiXvM

Seria esse um disco temático sobre o amor na ponte aérea? O recado da música é "joga essa passagem fora". Apesar de ser o primeiro disco do Belo, ele era um artista consagrado, com 3 discos incríveis no Soweto - sendo 2 extremamente bem sucedidos. Natural que as letras refletissem o cotidiano do artista que muito viaja e sofre de amores por isso.

#15 - Só te querer

http://www.youtube.com/watch?v=CEDO46M54rE

O coralzinho no começo dessa é matador. Essa letra também deu muito certo na época do mIRC e até hoje é louvada via scraps do Orkut. A sinceridade amorosa das canções do Belo fazem sentido para qualquer ser vivente, o que explica o irreparável sucesso que esse artista vem experimentando na última década e meia.

#16 - Quem será

http://www.youtube.com/watch?v=SC0LCFkQWhg

Gosto de acreditar que a voz no começo da música é da Viviane Araújo, namorada do Belo na época. A faixa começa com uma treta por telefone entre um casal de namorados e a música é basicamente o cara explicando porque está indignado com ela. É uma história bem vida real, vale ouvir.

E com isso encerramos nosso Vai trabalhar, vagabundo apresenta Belo - Especial de Fim de Ano. Mas foi apenas o início da celebração de 10 anos deste sítio.

Tenhamos todos um feliz Natal e um 2012 simplesmente jubiloso.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Será que vai dar praia? #01

Amigos, esta é a nova seção do Vai trabalhar, vagabundo. Chama-se "Será que vai dar praia?" e é onde eu falo de coisas boas e ruins que aconteceram recentemente.

VAI DAR PRAAIA

Coleção Indiferença

Tenho um outro endereço no Interbarney e resolvi usá-lo para um novo projeto.

Chama-se "Coleção Indiferença", uma resposta à "Coleção Aplauso". É onde demonstro publicamente meu apreço por figuras menores da mitologia popular.

Acessem: http://chicobarney.interbarney.com/

Claro que isso não significa que este blog acabou. Mas qualquer coisa me liguem.

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A mulher que não estava lá

"Carol Abranches, affair de Neymar, paga peitinho na praia".

Há quantos anos não ouvia falar sobre essa mulher? Minha cabeça foi direto para o longínquo Ano de Nosso Senhor Jesus Cristo de 2000 quando, atônito, me deparei com uma misteriosa coadjuvante de Malhação na capa da revista Trip de julho.

Junto com as fotos tinha uma entrevista reveladora, como as entrevistas da Trip costumam ser. Carol Abranches era "grande demais para a Malhação", já avisava a capa.

Ela falava sobre o mágico encontro que teve consigo mesma na noite de estreia no teatro. Sobre a troca que tinha com Elizabeth Savalla durante as sessões de uma peça escrita pelo Millôr.

E as fotos, claro. Que tinham "um pouco de Carolina, mas um pouco de persona". 'E que persona', faço questão de comentar, cutucando o prezado leitor com o cotovelo.

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Um dos ensaios mais fundamentais da história da Trip. E também uma das últimas aparições de Carol Abranches antes de encontrar consigo mesma, de maneira mais verdadeira, no mais profundo anonimato.

Qual não foi minha surpresa ao ler a manchete lá do começo desse texto e imaginar que ela estava de volta com tudo. Que a troca agora era com o Neymar, e o texto de Millôr tinha virado Bruno Chateubriand.

Para minha decepção, era uma homônima, como pude constatar quando finalmente cliquei no link.

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A Carol Abranches da Era de Ouro continuava esquecida atrás da estante. Neymar jamais teve a oportunidade de prestigiar a beleza brejeira da eterna coadjuvante da Malhação, preferindo a panicat genérica da foto acima.

Como a imprensa golpista escreve certo por linhas tortas, alguém no jornal Extra certamente também tinha essa Trip na coleção e lembrou da nossa verdadeira Carol Abranches.

E precisou o Neymar pegar uma moça com o nome igual ao dela para que, tantos anos depois, ela voltasse aos holofotes.

Com fotos novas que trazem muito de Carol, deixando saudades da tal persona.

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* Reviva as emoções da Trip #80, de julho do ano 2000.
* Veja o que diabos aconteceu com A Verdadeira Carol Abranches da Era de Ouro no jornal Extra.
* Acompanhe a cobertura completa sobre o peitinho da Carol Abranches do Neymar.

Uma nova Disney para um novo século

As histórias em quadrinhos Disney são como as estrelas que vemos lá no céu. Mero reflexo de um momento mágico que ficou no passado. Praticamente todo o material é do século passado. A Editora Abril fechou a redação e passou a publicar histórias da divisão italiana da Disney, além de republicar tesouros vintage produzidos aqui no Brasil e em outros recônditos.

Isso precisa mudar. Não é justo que nossas crianças sejam aprisionadas neste dia da marmota editorial.

Pensando nisso, as mentes arejadas do escritório parnasiano da Publicidade de Arrojo repensaram algumas séries formidáveis dos quadrinhos Disney no Brasil para este glorioso Século 21, em uma série que você começa a acompanhar hoje.

<strong>Quadrinhos Disney no Brasil para este glorioso Século 21 #1</strong>
&gt;&gt; Zé Carioca e a nova classe média &lt;&lt;

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Coleção Indiferença

Este blog se dedicará a investigar um pouco mais sobre a vida dos envolvidos nas melhores notas de rodapé da história.

O topo deste blog homenageia Beto Sem Braço (esquerda), autor de sambas célebres como "Pintou uma lua lá", "Pisa como eu pisei" e "Depois do temporal", além de ter um tributo em forma de comunidade do Orkut com 73 membros.