segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Get a life

Manoel Carlos tem tido problemas para entregar os capítulos de Viver a Vida na Globo. E parece que passar tanto tempo encarando páginas em branco acabou deixando o autor fascinado pelo visual. Dia após dia, o que se vê na tela é a mais perfeita tradução do conceito 'páginas em branco'.

[caption id="attachment_540" align="alignnone" width="333" caption="Retorno ao grande nada"]Retorno ao grande nada[/caption]

Um dos principais indícios de que a novela do velho Maneco casou o macaco* é o tempo em vídeo da atriz Luiza Valdetaro. Nada contra a superexposição desta fina estampa, mas vamos analisar a personagem da moçoila: funcionária da mãe de Thaís Araújo em uma pousada em Búzios.

E é rigorosamente essa a descrição do que a coitada faz em cena. Não tem maiores pretensões na carreira, nem mesmo um namorado. Resta apenas comentar o que (não) está acontecendo com personagens igualmente pouco importantes, ajeitar a mesa para o almoço e, eventualmente, dar papinha para o neto da patroa.

Ainda assim, na qualidade de expressão máxima do ócio nada criativo do autor, é provavelmente a pessoa fora de uma cadeira de rodas que mais aparece na novela.

A preguiça disfarçada de naturalismo faz o telespectador imaginar que funcionárias de pousadas em Búzios não tem maiores obstáculos para superar em suas vidas. Se fossem unidas como outras classes trabalhadoras, talvez conseguissem mais brilho na maneira como são retratadas pela letárgica ficção-verdade de Manoel Carlos.

(*) Veja no vídeo abaixo os motivos pelos quais deveríamos traduzir o termo "jumped the shark" como "casou o macaco".

httpv://www.youtube.com/watch?v=mFlA_AQjpzI

8 comentários:

  1. "Casou o macaco" é simplesmente a melhor expressão de 2010, daqui até dezembro. Fica aí a dica para a criação de um site com a listagem de séries que casaram o macaco, já que o próprio jump the shark o fez e agora não existe mais.

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  2. E, com essa expressão, Chico Barney finalmente deixa sua contribuição à posteridade.

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  3. Casamento de macaco. Novela brasileira > House

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  4. Vou difundir no minha rua e com meus amigos de pelada.

    Gostei do "eu não sou juiz, mas sou um veterinário", dá margem para frases como "eu não sou seu pai, mas tenho uma bellina" e "nunca comi ninguém, mas moro perto da Drogaria Pacheco".

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  5. Corretor Ortográfico19 de janeiro de 2010 às 03:31

    Novelerô, novelerô.

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