
Houve uma época em que mesmo álbuns pop possuíam algum conceito que desse razão para que aquelas canções estivessem juntas em um mesmo lugar. De Pet Sounds a Thriller, de Nevermind a Desliga E Vem, discos já foram obras pensadas como tal.
Atualmente, com seus 20 produtores diferentes para 11 músicas, os discos se parecem muito mais com almanaques do que com livros. No afã de agradar as mais diversas camadas da sociedade de consumo, as canções deixaram de ser capítulos e passaram a ser fascículos.
Mas Shakira mostra-se avessa a essa tendência ao lançar "She Wolf", um verdadeiro álbum conceitual. É um resgate dos valores mostrados no seriado dos anos 60 do Batman, com sua estética kitsch, camp e cheesy.

Shakira vai muito além do "SOC! TUM! POF!", ainda que o disco seja tão onomatopéico quanto a saga psicodélica do paladino de Gotham City. No lugar do homem-morcego, temos a mulher-loba encantando gerações com os uivos bi-curiosos da faixa título.
Há também "Spy", onde a cantora colombiana já inicia os trabalhos imitando uma galinha, mostrando toda a sua versatilidade e levantando questões importantes: ela é uma galinha por curtir ser espionada? Ou tem algo a ver com a expressão anglo-saxônica "frangote", para pessoas que tem medo de espiões? A interpretação faz parte da dança.
E o que falar dos eróticos gemidos de "Did it again", "Mon Amour" e praticamente todas as outras faixas? Podemos dizer que é o gemido que dá unidade ao disco. Mais do que isso - é uma vertente na qual Shakira vem se esmerando desde o começo de sua carreira como estrela global.
Podemos ver o quanto suas qualidades foram exponencialmente trabalhadas desde os gemidos primitivos de "La Tortura" (Fijacion Oral 1, 2005) até a refinada gama de sons guturais emitidos pela cantora em seu mais recente lançamento.
Mesmo contando com diversos produtores e tentando atingir o maior número de rádios segmentadas, Shakira consegue entregar um material coeso, de personalidade. Tudo reforçado pelo clima igualmente kitsch, camp e cheesy dos clipes.
Por sorte, somos agraciados com a magnífica desenvoltura pélvica da moçoila no lugar da pança de chopp de Adam West.
httpv://www.youtube.com/watch?v=DHtN7LzKkPM
httpv://www.youtube.com/watch?v=i9cXsCpjzcw
Cotação: un poco de amor, de dois piez descalzos e sueños blancos possíveis
"Mon Amour” é aquela música da Gretchen? Que lussssho, adoro Gretchen e acho justa a homenagem. Já Shakira eu gostava no papel de "Maria do Bairro".
ResponderExcluirEsse CD é tuuuudo, excelente para estudar. Uma vertente inovadora, confesso.
ResponderExcluirEu acompanho a carreira dessa cantora desde a época em que ela se espelhou em um ícone da nossa música, o lendário Luiz Caldas, e decidiu que ficaria com os pés descalços, desdenhando bons pares de chinelas.
ResponderExcluirAcho que aconteceu com ela o mesmo que aconteceu com nosso querido Luiz, ambos se renderam ao conforto de um bom pisante e perderam aquela vertente marota de outrora.
Voltando ao assunto, gostei muito do novo filme do Bruno Barreto. à braços!
[...] This post was mentioned on Twitter by Chico Barney, Chico Barney and Cafeína , Gabi Albuquerque. Gabi Albuquerque said: @chicobarney Olha @brunoIta tao falando sobre a shakiraa lobita! http://tinyurl.com/yztc2ka [...]
ResponderExcluirpow amg HEHHEEE visceral, essa brisa de Shaquille é um sudoeste boladíssimo.
ResponderExcluirSobre Shakira, só digo o seguinte: http://www.mobileapples.com/Assets/Content/Screensavers/Dancing%20Shakira.gif
ResponderExcluirAchei flácida, amigo Ibere. Não achei estupenda essa vertente maria-mole, não.
ResponderExcluiros fakes comentando tão enchendo o saquinho já
ResponderExcluirFakes? Gostei da inventividade, Alfred, sendo mordomo, curtiria o conceito.
ResponderExcluirChupo todinha.
ResponderExcluirUm pouco atrasado, mas prefiro a vibe de Nelly Furtado em HD cantando Sozinho.
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=uauTddAZNTk