quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Venda casada

Pete Yorn é um falsário, e eu tenho como provar.

scarlett-johansson-pete-yorn-072009-lg-30096231
Caça e caçador

O cretino resolveu se aproveitar do charme, talento e carisma de Scarlett Johansson para lançar o disco mais picareta do ano. É como se Woody Allen a tivesse convidado para ser a "camareira #2" de algum de seus filmes.

A ideia inicial da senhora Ryan Reynolds era, evidentemente, estabelecer uma relação de comensalismo com Pete Yorn. Ela entraria com seu renome internacional, sua formosura galáctica e toda a mídia aos seus pés. Yorn emprestaria todo seu know-how para transformar Scarlett em um nome respeitado no metier.

Pois o músico se mostrou um grande predador. É ele o protagonista do disco, e tão somente ele.

The Break Up Album é composto por nove magérrimas canções, o que pouco faz justiça à musa, que pouco divide os vocais com Pete Yorn. Sem podermos reagir, observamos  o salafrário e obscuro não-ídolo indie montar seu palco nas costas da nobre Scarlett.

A internet inteira foi enganada com o single "Relator", em que ouvíamos a atriz, cantora, diretora e qualquer outra coisa que ela possa desejar ser destilar todo o seu grande talento vocal. Infelizmente, o mesmo não se repete no restante do álbum. A única música em que deu oportunidade para a deliciante artista brilhar muito nas quebradas foi a modorrenta "I Am The Cosmos", exatamente a música mais fraca de todo o disco.

O que Johansson sofreu foi um Boa Noite, Cinderela conceitual.

Após as críticas frias e invejosas do excelente "Anywhere I Lay My Head", em que Scarlett entoava clássicos de Tom Waits de uma maneira boa demais para o público e a crítica entenderem, nossa heroína viu que precisava de mais créditos nas ruas - como se alguém pudesse lhe ceder mais crédito do que o Tom Waits.

Inocente, a moçoila botou fé que Pete Yorn seria algum baluarte respeitado na ceninha hype. O ápice da carreira pregressa deste aproveitador barato foi figurar na trilha sonora do filme "Eu, eu mesmo e Irene", fita menor-que-a-vida estrelada por Jim Carrey - na verdade, uma versão irônica de "Eu, minha mulher e minhas cópias", de um Michael Keaton pós-Bruce Wayne.

Pete Yorn, antes um destemido ninguém, agora é o cara que gravou com Scarlett Johansson. Scarlett Johansson continua sendo uma espécie de Maurício Mattar de Hollywood.

E que não entendam errado, The Break Up Album é muito bom. Mas, no final das contas, é como ter que assistir à novela do SBT todo dia para poder anotar a senha para participar do Show do Milhão.

É inexplicável alguém ter a oportunidade de curtir o momento ao lado de Scarlett Johansson e preferir resolver a situação consigo mesmo.

Cotação: uma Vicky, de uma Vicky Cristina Barcelona possível

13 comentários:

  1. Ainda bem que ela canta pouco, hein.

    ResponderExcluir
  2. fico feliz com a volta das cotações, fazia tempo que não via

    ResponderExcluir
  3. baita disco. O resto é trololó.

    ResponderExcluir
  4. Tem vez que eu perco o rastro da ironia.

    ResponderExcluir
  5. Desculpa, ela canta muito mal. O primeiro cd dela é um primor de produção. Ela canta muito mal.

    ResponderExcluir
  6. Ela canta muito mal. Anywhere I Lay My Head só é bom nos instrumentais, quando Scarlett inventa de cantar, é um desgosto só.

    ResponderExcluir
  7. O ápice da carreira do Pete Yorn foi ter gravado a melhor faixa naquele tributo de bandas "grandes" aos Ramones (http://en.wikipedia.org/wiki/We%27re_a_Happy_Family:_A_Tribute_to_Ramones)

    ResponderExcluir
  8. bons argumentos, concordo demais!

    mas o cara merece respeito... pô, scarlettizinha resmunga as letras dele e nessa foto só consigo pensar nos peitos dela ROÇANDO as costas desse fiadaputadumafiga!

    ResponderExcluir
  9. Ela é realmente uma ótima atriz, mas uma péssima cantora.

    ResponderExcluir
  10. ela não tem voz nenhuma e o CD dela é horrivel.

    ResponderExcluir
  11. boa... mas um detalhe aí: se não me engano, esse disco com Peter Yorn foi feito muito antes dela lançar as covers de Tom Waits. Só que eles demoraram pra lançar esse disco.

    ResponderExcluir
  12. O disco é bom. Pete é um músico e tanto. Scarlett tem talento como cantora SIM! E você não entendeu nada sobre "Anywhere I Lay My Head".

    ResponderExcluir
  13. Well, eu não acho que a Scarlett é uma ótima cantora, nem que ela merece tanto crédito quanto você colocou (eu a adoro, mas não acredito que ela seja boa nesse tipo de palco), mas eu sinto que ela canta porque gosta, não exatamente porque quer fazer um grande sucesso. Parece mais um hobby que ela quer compartilhar com seu público, com seus fãs. Eu ouvi uma das músicas do CD e achei que ficou bem harmonioso, porque ela não tem grande experiência musical, mas seu tom de voz rouco e um tanto baixo combinam com as melodias e a voz do Pete Yorn - uma pessoa que eu não tenho a menor ideia de quem seja, mas que ficou bom ao lado da Johansson. Então, depois de ler seu post, me passou a impressão que você é um grande fã da Johannson (algo de muito bom gosto, aliás x3) ao mesmo tempo em que odeia o Yorn, fazendo com que as duas coisas se choquem e você defenda a Johansson com mais facilidade. Enfim, foi essa a impressão que me foi passada.

    P.S.: O disco, ao que deu a entender pelo nome e título dos cantores, não é apenas da Scarlett, mas também do Pete. Então alguém ter mais domínio das canções não me parece uma coisa estranha ou cruel ou maldosa. Muito pelo contrário, me lembra de bandas como Nightwish, System of a Down e outras que possuem dois cantores "principais", mas que um possui a voz mais predominante nas canções.

    ResponderExcluir