- VACAS FRIAS
As revistas masculinas do país estão acusando o golpe da crise. Se tá ruim pra nós, imagina pra classe média, que ainda compra revista em banca de jornal.
Estão literamente voltando às vacas frias - mais especificamente, ex-participantes da cada vez mais longínqua nona edição do Big Brother Brasil.
O mote da edição de agosto da revista Playboy é "piercing íntimo", estrelando Priscila Pires, anteriormente conhecida como "Priranha". Esse tipo de reciclagem de não-tema faz a
Karina Bacchi parecer uma celebridade relevante.
- DO CAOS À LAMA
A situação anda tão complicada que, além das revistas masculinas, o mercado fonográfico nacional também está apelando para o mesmo estratagema. A grande novidade nas prateleiras de todas as cinco lojas de CD que sobraram no país chama-se Josy Oliveira, mais conhecida como a ex-BBB que tomou
tombos divertidos em diversos desfiles de moda.
Produzida por Rick Bonadio, o
Vildomar Batista da música brasileira, a moça promete um trabalho consistente como suas recem-adquiridas próteses de silicone. A única diferença é que as próteses possuem um
método de identificação possível.
- GOPAL ETERNO
Notamos que a teledramaturgia nacional atingiu a maturidade quando um exemplar definitivo do
bromance surge no horário nobre da Globo.
NOSSO JEITINHO de enxergar Capitão Kirk e Spock só poderia vir de Glória "Nenhum Sentido" Perez.
Gopal, vivido pelo pitoresco André Gonçalves, vem hipnotizando a nação com seu bigode revolto, seu cabelo lambido e sua adoração cega por Raul Cadore. Seja
obrigando a maléfica Ivone a comer um bombom amaldiçoado ou ficando preocupado com a demora de seu amigo em ligar de volta, Gopal demonstra uma paixão que apenas um artista que foi expulso de um voo por tentar bulinar o Pelé poderia externar.
- AS AVES QUE AQUI GORJEIAM
Xuxa exilou-se do
Twitter depois de sua filhinha Sasha ter sido ofendida por causa de um erro de português.
Esse tipo de acontecimento, que racha a internet ao meio praticamente toda semana, ainda vai levar muito paparazzi à falência. O Twitter é o novo Leblon, onde podemos ver todas as celulites psicológicas de nossas celebridades preferidas.
- PASSEIO *
O meu Avaí tem muito em comum com Belchior, quem diria. Além de serem as grandes sensações do momento, não brilhavam tanto pelo país desde o tempo em que a Elis Regina ainda tinha nariz para cantar.
E se o fantasma da série B é uma roupa que
não nos serve mais, o mesmo podemos dizer do ostracismo para Belchior.
O compositor usou da artimanha de Michael Jackson, Elvis e tantos outros para tornar-se um mito: sumir da face da Terra. Como malandro é o Belchior, que já nasce de bigode, ele apenas
excluiu o falecimento desta fina equação de sucesso.
- APOLÔNIO
Nossa política tem lembrado cada vez mais o humorístico A Praça É Nossa. E não apenas pela vasta incidência de nepotismo em ambas as instituições.
Controvertidos personagens surgem em nossos jornais com a mesma inabalável frequência com que os esquisitos amigos de Carlos Alberto sentam em seu velho e querido banco. E a claque é sempre a mesma - na Praça,
o riso de pessoas que provavelmente já estão mortas; nos jornais, a
indignação de um disco quebrado.
O que sobra, como sempre, é enredo requentado.
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Chico Barney é latifundiário