quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Geração de conteúdo na web 2.0



Brincadeira, claro que não falarei sobre essa chatice!

Na verdade, hoje vamos conversar a respeito de dois ex-blogueiros que têm meu apreço e estão lançando discos excelentes. Rafael Capanema e moskito estão partindo de uma indústria fadada ao insucesso (blogosfera) para uma que está moribunda (ind. fonográfica). Terão meus dois colegas o toque da morte? Vejamos.

BAZAR PAMPLONA - À ESPERA DAS NUVENS CARREGADAS


Em primeiro lugar, gostaria de dizer que sou fã de longa data dos projetos de Rafael Capanema. Cheguei a montar um fã-clube para a saudosa Duas Bichas, banda-evento que ele mantinha com o primo Thiago Capanema. Lembro que depois ele entrou numa fase meio yoñlu, o que me deixou um pouco ressabiado, nunca permitindo que ele entrasse na banheira com a chapinha ligada.

Desta feita, Rafael teve tempo para envelhecer, e virar um universitário, e posteriormente um renomado jornalista da Folha de São Paulo. Nesse meio tempo, reuniu alguns amigos para tocar no Bazar Pamplona, que apesar do nome de brechó, é na verdade uma banda.

E que banda, meus amigos. A voz do Capanema está um pouco diferente (acredito que sejam os hormônios), e eventualmente a banda lembra um pouco Los Hermanos - apenas para nos fazer ter certeza que não há nada de errado com isso, galera. Quem viveu 2002 aprendeu que nada era tão gostoso quanto ouvir o Bloco do Eu Sozinho enquanto ríamos das respostas divertidas que R.C. escrevia em suas provas.

Cotação: uma nostalgia, de uma nostalgia possível (that's what rock n roll is all about)

OS VILSOS - DISCO HOMÔNIMO


Entenderam a brincadeirinha do título do disco de estreia da banda do moskito? Ein, ein? A capa poderia ser aquele gif animado da mãozinha fazendo PESCOU, PESCOU, que ele tanto curtia usar.

Em linhas gerais, podemos dizer que moskito, Cíntia Loureiro e aqueles outros caras que moram com eles conseguiram chegar na mais perfeita simetria pop... gaúcha! Antigamente isso seria uma grave ofensa ao trabalho do meu amigo, mas claro que passei dessa fase. moskito é uma espécie de Frank Jorge com mais trocadilhos. Ou um Wander Wildner que eventualmente vai no dentista. Ou ainda um Jupiter Apple que nunca deu o rabo (acho).

A música que todos estarão comentando é "Machucadinho". Muito bem produzida, ficou mundialmente famosa por ser trilha sonora das aventuras de Ronald Rios em seu programa Com a palavra... Ronald Rios. É engraçado como esse nome de programa parece coisa da Gazeta dos anos 60, imagino a decepção das pessoas ao perceberem que Ronald Rios não lembra em nada o Miéle.

Aliás, o humorista carioca também participa do disco fazendo uma releitura daquela corrente da menina que morreu andando de bike, ou algo assim. É a "Faixa escondida no meio do disco", mais um momento PESCOU, PESCOU da obra de moskito.

Ou seja, trabalho da mais alta qualidade. Só por possuir finalmente em um arquivo de qualidade o clássico "João", esse disco já deveria estar na sua lista de downloads há meses.

Cotação: três bombachas e cinco chimarrões, de um galpão crioulo possível

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Conheça MC PAPO, o PIONEIRO



Há algum tempo fui apresentado ao MC PAPO, um rapper mineiro que é com certeza um mestre na arte de rimar (inclusive em francês) e também demonstra profundo conhecimento das redes sociais, tendo em vista que o cara tem diversos vídeos geniais no Youtube, e todos com excelente nível de acessos.

Caso você ainda não conheça, preparei uma seleção de dicas valiosas sobre este que é o principal rapper da atualidade.

Escoladuz - Se você disser...
# Começando com sua colaboração com o grupo Escoladuz - aparentemente, uma parceria com DJ NEL e AP. No clipe, ele é o único MAGRIÇA de camiseta, rimando em francês. Esse vídeo é esquisito, começa com um cara de kimono fazendo caras e bocas numa academia, e prossegue com uma infinidade de bolados dublando a suingada canção. A única mulher do clipe é uma imagem de arquivo (risos).


MC PAPO - Ih, deu mole!
# "A mulher desse comédia me deu mole". Muita intriga no Orkut, e o grande Mc Papo tomando cerveja (sem rótulo) na cozinha, enquanto uma gostosinha senta no colo dele com vontade. Neste clipe, descobrimos que Paul, o amigo do Kevin Arnold em Anos Incríveis, não virou o Marilyn Manson: ele virou o maior malaquinho rapper.


MC PAPO - Ao som do Reggaeton (CHURRASCO NA LAJE)
# Obra meio surrealista do grande rimador. Como o mineiro também é solidário no rap, Papo chama seu amigo Tileléu e pagam de gatões num sofá de oncinha na Laje.


MC PAPO - 31 Cobra Coral
# Uma das minhas preferidas. Superprodução, MC Papo muito bem vestido, dando o troco para algum bully dos tempos de colégio. Algumas cenas radicais de motocicletas envenenadas e um suingue que garantiria destaque ao rapaz nos tempos de Xuxa Hits.


MC PAPO - Eu pixava sim (lembranças de moleque)
# Citada em outro post, uma das mais ganchudas do rapaz. O clipe é ótimo, e a música parece ter vindo diretamente do Borel, circa 1992.


MC Papo - Pare de me ligar (Dancehall brazil)
# Infelizmente, o clipe é meio ruim. Parece comercial de ringtone, faltou alma. E a música também não é das mais carismáticas, apesar do tema palpitante.


Por último, e não menos importante, o grande hit da carreira do rapaz até agora:

#MC PAPO - PIRIGUETE
Sim, MC PAPO é o responsável por essa pepita contagiante:


Aparentemente, a música não foi registrada, e roubaram dele. Mas fica pra posteridade: a Piriguete é dele e ninguém tasca!

ABS

domingo, 25 de janeiro de 2009

#37

Urge Overkill - Somebody Else's Body

Caso você não esteja ligando o nome a pessoa, o Urge Overkill estourou com a cover do Neil Diamond em Pulp Fiction, a clássica "Girl, you'll be a woman soon". Sim, aquela da dancinha do John Travolta. Mas se eles não foram muito mais do que uma releitura para os anos 90 dos BeeGees, pelo menos eles foram um pouco mais.

'Somebody Else's Body' é ganchuda e grande prova do valor criativo da banda. Pena que ficou claro que o trio não faria mais o mesmo sucesso, especialmente quando o vocalista passou a se vestir como a Uma Thurman.

Link para download!


Boy, you won't be a woman soon

#38

Fun Lovin' Criminals - Couldn't Get It Right

Certamente uma das bandas mais cretinas de todos os tempos, é muito difícil não gostar de Fun Lovin' Criminals. O vocalista Hugh "Huey" Morgan está sempre tentando soar como se Robert DeNiro fosse dirigido pelo J. Gaspar, o que é muito divertido.

Especialmente nessa canção, uma pepita semi-completamente desconhecida do também nada destacado disco Mimosa, de 99. 'Couldn't Get It Right' é, na verdade, uma canção da Climax Blues Band, cujo vídeo mantém a essência de um filme estrelado pela Rita Cadillac. O original é ótimo, mas gosto ainda mais da versão preciosa do FLC.

Link para download!


Uma vibe meio Keanu Reeves

#39

Golden Smog - Until you came along

Golden Smog é o que poderíamos chamar de uma superbanda - talvez num universo paralelo. Com integrantes do Replacements, Soul Asylum, Jayhawks e Wilco (TWEEDY HIMSELF), a banda lança discos de vez em quando, e normalmente sem repetir muitos membros entre um trabalho e outro.

O disco a ser ouvido é Weird Tales: a ser ouvido sempre, todo dia, o dia todo. E é tão bom que a música mais emocionante sequer é uma da safra de Jeff Tweedy. "Until you came along" tem o clima que melhor expressa a banda. Parece perfeita para aqueles filmes que passam em um sábado à tarde, dublados na televisão aberta, quando você é moleque e só chove o verão inteiro.

E a canção é um depoimento de primeira grandeza: "com meus chapas, eu caçava / praticamente a filha de todo mundo / isso até você aparecer". Finesse, elegância e bom gosto, cortesia da mente brilhante de Gary Louris (The Jayhawks).

Link para download!


Os pais das tais moças não deviam esquentar muito a cabeça...

BÔNUS: Confira uma versão que um sujeito chamado Dean Nye fez. Se você não captou o que eu quis dizer com filmes dublados, sábados chuvosos e afins, entenda agora.

O clipe, com ele deixando bem claro que tocou todos os instrumentos, é uma beleza.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Alucinações tropicais


Clique para ver o vídeo - YouTube cretino não permite embed

Faz uns bons anos que a indústria do VIDEOCLIPE profissional entrou em franca decadência. Hoje em dia quem manda na parada são molambos freestyle como o MC PAPO, e todo o resto não passa de embuste.

Mas de vez em quando aparece uma ou outra banda grande que realmente consegue me fazer assistir a televisão com um emocionado sorriso de face completa, orgulhoso por fazer parte da raça humana.

MGMT conseguiu fazer um clipe que começa parecendo comercial do Guaraná Antartica, rapidamente evolui para um mashup de clipe da Jennifer Lopez com viral do Cansei de Ser Sexy e, sem muitas explicações, fica parecendo que a Bjork adora o Beck e ambos assistiram E.T. seguido por uma cópia restaurada de Akira.

Sem contar que a música é a melhor de 2008, e uma das melhores da década: Electric Feel tem a pegada das mais inesquecíveis festinhas americanas de uma puberdade saudável.

#40

Speed Freaks feat. B.Negão - Miragem

Você não pode achar ruim uma música que conta uma história sobre o que aconteceria se Didi Mocó fosse dirigido pelos Wayans Brothers.

é como tomar um ácido
num plácido dia de sábado
subir num pé de papoula
vendo lantejoula
e descobrir que é um cacto


Link para download!


Didi, Mussunzinho e Terry Crews

Sobre Nelson Freitas



Ando particularmente fascinado pelo trabalho do humorista Nelson Freitas, do Zorra Total. É um sujeito que consegue, com muita competência, captar toda a falta de sutileza necessária para se fazer humor popular, mas sem descambar para o escracho completo e irrestrito.

Conferindo o site oficial do ator, cheguei até um interessante trecho de sua biografia:

Em 2004, em parceria com o ator raul Gazolla, criou o show "O Microfone", um stand-up com clássicos do humor nacional (bêbados, bichinhas, mineiros etc). A dupla alegrou platéias por todo o país durante 4 anos. Agora, em 2007, pela primeira vez encara o palco


Mantendo um clássico de pé

São tantas coisas fascinantes nesse parágrafo que termina subitamente, sem nem mesmo qualquer pontuação para avisar. Esse cara é firmeza, qualquer dia desses quero ver o show dele.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A quem interessa calar esta voz?



Na coluna Zapping, desta quinta-feira:

Tristeza
Léo Batista ainda não se recuperou de ter sido tirado do "Fantástico". Ele gostava muito de fazer o programa.

Simplesmente lamentável. É esse o legado de Tadeu Schmidt para o universo em desencanto.

Não é só Léo Batista quem chora pitangas neste momento. Carisma e traquejo de apresentador esportivo do Fantástico, aparentemente, também pula uma geração.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

#41

D.Fhala - Linha do Horizonte

Sim, caro leitor: a gaudéria banda do mítico Edu K já foi grafada desta maneira, intrigando até mesmo os mais carolas seguidores do Novo Acordo Ortográfico. E a banda do mítico Edu K também já não pertenceu ao mítico Edu K. O cara caiu fora da banda no começo dos anos noventa, e em 95 o D.Fhala ledzepelinou e chamou Tonho Crocco para substituí-lo no disco Top Hits.

Você mal conhece o DeFalla e eu venho falar de Tonho Crocco assim, na maior naturalidade? Ora, ele é o mítico vocalista da Ultramen, outra gaudéria banda que inclusive terminou recentemente, e teve vários hits como o... e o... e também...

O supra-sumo da empreitada pós-Edu K é essa gravação seriamente influenciada pelo funk melody de Linha do Horizonte, aquela baba do Azymuth.

O refrão é o mais poderoso que a banda entoou antes de 'Vai Popozuda': Na - Nanana - Nanananana - Nananana. Destaque para o interlúdio malemolente criado especialmente para esta versão, um marco tão importante quanto Tordesilhas.

Este é um clássico em roupagem definitiva. Melhor até que a versão do Sampa Crew.

Link para download!


Crocco logicamente não participou do projeto seguinte da banda, 'With This Disk We Shall Become The Rulers Of The Universe' -- não que isso tenha feito qualquer diferença

domingo, 4 de janeiro de 2009

Meu cãozinho Xuxo


'Fiz blockbuster e continuo virgem'

Sigo apático desde a saída da sessão de Marley & Eu. Há muito tempo um filme não me deixava tão consternado.

O que há de errado com a humanidade? Porque assistir a morte de cãezinhos trapalhões nos emociona tanto? Que diabos nos faz ir até o cinema e pagar para chorar como garotinhas púberes? Pobre Marley, o pior cão do mundo, que jamais teve a chance de entender coisa alguma, mas sempre se mostrou carinhoso quando mais foi preciso.

Que estranha força magnética os cães labradores possuem. Força esta que Jennifer Aniston adoraria possuir, mas fica claro que até um Owen Wilson desgostoso pela vida consegue apresentar mais carisma do que ela.

Mas enfim, a história do filme é genial. Se não tás afim de ir ao cinema, segue um breve resumo: cão é adotado, cresce, fica velho e morre. Parece que estou omitindo alguma coisa interessante e/ou essencial para a trama, mas na verdade estou apenas te poupando das lições babacas.

Além do nosso prazer diabólico de curtir ver filmes em que cachorros inocentes morrem no final, fico impressionado com a engenhosidade que existe em transformar não-histórias em entretenimento edificante para a Sessão da Tarde.

Cotação: 3 vontades de comer carne e cachimbo, de 5 possíveis